Alunos: Jheni
Faria, Leonardo Scherer, Pedro Roesler, Rafael Vidal Iachitzki (Disciplina
TE078, Departamento de Engenharia
Elétrica - UFPR, Prof. André Bellin Mariano)
A crescente
demanda por energia tem sido um dos principais problemas mundiais atualmente e a
busca por fontes de energia que não afetem o meio ambiente estimula cada vez
mais o estudo sobre fontes renováveis a fim de fortalecer a matriz energética
global e nacional. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), em
2015, a energia renovável representava mais de 42% da matriz energética brasileira,
com previsão para que, em 2024, esse valor aumente para 45%, ao passo que,
levando em consideração apenas a energia elétrica, o uso de fontes renováveis,
incluindo a hidrelétrica, chegava a 84%.
Representando
juntas em 2015, 4,8% da matriz energética nacional, com previsão de que, em
2024, alcance 9,9% da escala nacional destaca-se entre as energias renováveis
alternativas à geração hidrelétrica, a energia solar, eólica e a biomassa, esta
última que será tratada em sequência com atenção especial a produção de energia
na forma elétrica.
Do ponto de
vista ecológico, biomassa é a quantidade de matéria orgânica presente num
ecossistema, enquanto que na perspectiva de geração de energia, o termo
biomassa envolve a matéria orgânica empregada como combustível, no qual não são
contabilizados os habituais combustíveis fósseis que, apesar de ser oriundos de
matéria orgânica, precisam de milhares de anos para se formar e, portanto, não
se enquadram no quesito fonte renovável. O Governo Federal através do Programa
de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) incentiva a
geração de energia através de dejetos de cana de açúcar, lixo e esgoto que
trazem vantagens não só energéticas, mas também ambientais. A biomassa é
utilizada diretamente como combustível ou pela produção de energia através de
processos de Gaseificação e Fermentação que se baseiam na conversão de matéria
prima em um produto intermediário que será usado como combustível por uma
máquina motriz para a produção de energia.
Segundo a
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a biomassa representava, em 2016,
8,83% do total nacional, e das fontes de biomassa, o bagaço da cana de açúcar
representava 78,2% do total, e os 11,8% restantes dividem-se em resíduos
animais, resíduos urbanos, biocombustíveis líquidos e outros agroindustriais. É
importante ressaltar que, de acordo com o último Plano Decenal de Expansão de
Energia (PDE 2024), a geração de bioeletricidade sucroenergética (energia
elétrica proveniente do bagaço de cana-de-açúcar), que compreende todas as
atividades agrícolas e industriais relacionadas à produção de açúcar, bioetanol
e bioeletricidade, têm potencial técnico para chegar a mais de seis vezes o
volume de oferta à rede de 2016, podendo alcançar a produção de quase duas
usinas de Itaipu, com geração de até 165 TWh/ano até 2024, o plano também
afirma que se o país aproveitar plenamente o potencial técnico da
bioeletricidade da cana-de-açúcar, essa fonte tem capacidade de constituir 24%
do consumo nacional da rede até 2024.
Nota-se que a
energia renovável proveniente da biomassa é uma parcela importante da matriz
energética nacional e tem potencial para constituir uma parcela ainda maior e
mais importante no futuro se bem aproveitada. Projetos de pesquisa e desenvolvimento
de energias sustentáveis, como o NPDEAS (Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento
de Energia Autossustentável da UFPR), são muito importantes, pois desenvolvem
estudos para garantir que todo esse potencial seja aproveitado ao máximo,
utilizando todas as etapas do processamento da biomassa para a produção de
energia elétrica de forma limpa e sustentável.
No estado
paranaense, estudos vêm sendo realizados com o objetivo de verificar as
potenciais fontes de energias renováveis do estado. Segundo o estudo realizado
em 2016 pela CIEI&EXPO, o estado apresenta vasto campo a ser explorado no
que tange as energias renováveis e, dentre as principais vertentes, destacam-se
além, da energia hidrelétrica, a energia solar e energia provinda da biomassa,
bastando apenas, segundo o estudo, políticas que fomentem investimentos
públicos e privados no desenvolvimento energético do Paraná para que estes
empreendimentos se tornem viáveis. Com relação à energia fotovoltaica, o estudo
afirma que em termos de Brasil, o estado do Paraná apresenta um potencial
elevado comparado aos melhores potenciais encontrados na Europa, com valores de
produtividade total anual média de 1490 kWh/kWp (relação entre a geração total
e a taxa de energia solar produzida pelo painel no horário de maior potencial).
Comparado aos demais estados brasileiros, o Paraná encontra-se com média
nacional inferior a 1%. A respeito do potencial energético da biomassa, as
produções de soja, milho, cana-de-açúcar, pinus e eucalipto simbolizam uma
parcela significativa do total produzido no Brasil, nos quais se obtém resíduos
sólidos de Biomassa. O artigo aponta o Paraná no ano de 2004 como o segundo
maior produtor florestal de silvicultura do Brasil, compreendendo carvão
vegetal, lenha e madeira em tora, o estado apresenta também um alto número de
fecularias, frigoríficos e laticínios, que são grandes fontes para a obtenção
de biogás, além de outras fontes como resíduos urbanos, e as estações de
tratamento de esgoto.
No Paraná, o
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossustentável da UFPR
(NPDEAS), trabalha no desenvolvimento da produção de microalgas e na obtenção
de energia a partir delas. As microalgas além de possuírem um potencial
energético por área muito maior que a soja, devido ao rápido desenvolvimento
elas não necessitam de áreas para o plantio, assim, não concorrem com a
produção de alimento, o que é um fator de grande importância quando o assunto é
biomassa e utilização desta para o uso de combustíveis. Tal assunto é discutido
no artigo Biofuel-related price transmission literature: A review.
A proposta do
grupo NPDEAS é extremamente promissora, não apenas para o estado, mas com
âmbito mundial, pois visa desenvolver tecnologias sustentáveis e corretas para
tratamento e emissão de resíduos relacionados a produção de energia. Este grupo
está desenvolvendo também um projeto de incinerador de resíduos sólidos, no
qual todos os gases são filtrados por microalgas, e o calor da queima é
utilizado em um gerador, para produzir energia elétrica.
Conclui-se
que conduzir estudos e projetos no campo da geração de energia elétrica através
da biomassa, e outras fontes sustentáveis, são de grande importância para o
desenvolvimento da nação, pois, além de produzir energia sem emissão de gases
do efeito estufa, traz uma solução para o problema do tratamento e eliminação
dos resíduos sólidos, que deixam de poluir o meio ambiente e passam a fazer
parte da matriz energética nacional.
O texto
abaixo é uma demonstração de alguns dos assuntos tratados nas aulas do Prof.
André B. Mariano na matéria de Tópicos Especiais em Engenharia Elétrica, a
matéria traz vários tópicos como energia renovável e sua caracterização na
matriz energética brasileira. Visto que este foi escrito após uma breve visita
ao Npdeas - Soluções em Escala de Engenharia, local que abrange diversos
assuntos importantes e de grande desenvolvimento tecnológico.
REFERÊNCIAS
http://www.smartenergy.org.br / http://www.copel.com; /
http://brasilescola.uol.com.br /
http://www.portal-energia.com / http://www2.aneel.gov.br; /
http://www.biomassabr.com/bio /
http://www.brasil.gov.br/…/energia-renovavel-representa-mai…/ www.gazetadopovo.com.br / www.npdeas.ufpr.br