Nas
ultimas décadas, o corpo perfeito se tornou sinônimo de beleza, e a busca para
essa conquista passa por dieta alimentar, cirurgias e exercícios físicos.
Homens e mulheres investem cada vez mais tempo, energia e recursos financeiros
no consumo de bens e serviços destinados à construção e manutenção do corpo
perfeito, é nesse momento que entram as drogas de imagem corporal, as quais
incluem ou os esteróides anabólicos androgênicos ou anabolizantes.
Os
anabolizantes são substâncias sintetizadas em laboratório, relacionadas aos
hormônios masculinos (androgênios). Segundo Kanayama et al. (2003), o consumo destas substâncias produz efeitos anabólicos,
como o aumento da massa muscular esquelética, e efeitos androgênicos ou
masculinizantes. O aumento do consumo não terapêutico dos anabolizantes,
especialmente entre a população jovem, tem sido relatado por pesquisadores em
vários países.
No
Brasil, o consumo para fins estéticos dos anabolizantes ainda é pouco estudado.
Estudos qualitativos como os de Iriart & Andrade e Sabino descrevem o
grande consumo dessas substâncias, incluindo o uso de produtos veterinários,
entre praticantes de musculação.
O
uso sem controle desses anabolizantes, é prejudicial à saúde. No sistema
reprodutivo masculino, o consumo de anabolizantes acarreta desequilíbrio
hormonal com redução nos níveis de testosterona endógena podendo levar à
ginecomastia, atrofia testicular, alterações na morfologia do esperma e
infertilidade como foi relatado em aula. Entre os efeitos dermatológicos,
encontra-se a acne que, segundo Melnik et al. 2007, ocorre em 50% dos usuários
de anabolizantes e é um importante indicador clínico do abuso dessas substâncias.
Como
relato por Evans 2004, o uso de anabolizantes também tem sido relacionado com
fatores de risco cardiovasculares, existindo relatos de casos de hipertensão,
hipertrofia ventricular, arritmia, trombose, infarto do miocárdio e morte
súbita.
Como
podemos ver o culpo ao corpo perfeito, ultrapassa limites de um corpo saudável.
Essas pessoas não se importam com o que pode acarretar e muitas vezes sabem os
efeitos dessas drogas. As razões que todos alegam para o uso de anabolizantes é
o feito rápido, o que só com exercícios físicos e dieta alimentar demoram um
pouco mais.
As
substâncias mais utilizadas nessa prática de culto ao corpo são: Durateston
(proprionato/fenilproprionato/isocaproato/caproato de testosterona),
Deca-durabolin (decanoanato de landrolonal) e Winstrol (estanozolol),
Deposteron (cipionato de testosterona), Primobolan (metenolona; Sheringa),
Hemogenin (oximetalona) e produtos veterinários como Androgenol (testosterona
animal) e ADE (complexo vitamínico). Entre
os usuários das academias dos bairros populares, as substâncias mais utilizadas
foram Durateston, ADE e Deca-durabolin, seguidas de Estradon-p (testosterona e
estradiol), Hemogenin, Estigor (nandrolona animal e ADE), Potenay (complexo
vitamínico veterinário e estimulante), e Deposteron. Os anabolizantes
utilizados, em geral, são os que têm os preços mais acessíveis, enquanto os
usuários de classe média recorrem freqüentemente a produtos importados e mais
dispendiosos como o anabolizante Winstrol. Os anabolizantes Durateston e Deca-durabolin,
no entanto, encontram-se entre os produtos mais utilizados tanto por usuários
de classe média quanto das classes populares, esses dados foram relatos por Iriart
et al. 2009.
O
papel do biomédico nesse contesto, é alertar esses usuários sobre o risco, as
conseqüências do uso dessas substâncias, mostrar o metabolismo das mesmas. Nós
biomédicos também podemos elaborar um melhor treinamento junto com um
especialista em musculação, pois temos amplo conhecimento da fisiologia humana
e do metabolismo do corpo, assim junto com exames laboratoriais podemos melhor
avaliar o funcionamento do corpo desse indivíduo e melhor treino para o mesmo,
conforme o seu objetivo.
Texto
baseado na disciplina ‘Biomedicina do Exercício no Esporte’ ministrada pelo
Prof. Dr. André Bellin Mariano.
Aluna:
Denise Bona, Biomedicina
Orientador:
Prof. André Bellin Mariano, D.Sc.