Biomédico no Esporte - Lazer e Cidadania


Correr, saltar e arremessar objetos são atividades muito antigas, tão antigas quanto o homem, eram realizadas no dia a dia para a própria sobrevivência ser garantida. Com o tempo estas atividades adquiriram um aspecto lúdico. Na Ilíada (século VIII a.C.), Homero relata competições muito semelhantes às de hoje em dia: corridas a pé, lançamento de um objeto circular (como o disco) e de uma lança (como o dardo). Muitos dos aspectos do atletismo moderno descendem em linha reta do que faziam os antigos helenos.

O organismo dispõe de diversos mecanismos de produção de energia, síntese, degradação e remoção de compostos que compreendem o metabolismo basal de um indivíduo. A prática esportiva requer uma adaptação metabólica para atender à demanda energética acelerada, bem como a remoção de metabólitos desnecessários para o organismo. A adaptação orgânica depende do tipo, da intensidade e da duração do exercício. Para um bom condicionamento, é necessário que as funções orgânicas do indivíduo estejam plenamente ajustadas, pois a atividade motora implica graus de sobrecargas diferenciadas sobre os sistemas que compõem o corpo humano, marcadamente o muscular e o cardiorrespiratório.

A prática de atividades físicas trazem muitos benefícios tanto para  idosos quanto para jovens ou até para indivíduos com determinada deficiência física ou imunológica, ou seja, traz benefícios para todo aquele que for praticar uma atividade física.

O exercício físico aumenta a capacidade do sistema oxidativo das células musculares; redução da produção de lactato durante a realização de esforços físicos; potencialização da utilização de ácidos graxos livres como substrato energético na realização dos esforços físicos, permitindo poupar o glicogênio muscular; causa um aumento da sensibilidade à insulina; eleva a taxa total de hemoglobina e beneficia a dinâmica circulatória; favorece o retorno venoso evitando o represamento do sangue nas extremidades do corpo; beneficia a capacidade de relaxamento e dilatação dos vasos para ajustarem o fluxo sanguíneo. Além disso, a atividade física diminui a quantidade de triglicerídeos e aumenta o nível de colesterol HDL.

A teoria da endorfina sugere que a atividade física desencadeia uma secreção de endorfinas capaz de provocar um estado de euforia natural , por isso aliviando os sintomas da depressão. Outros preferem acreditar que os exercícios físicos regulariam a neurotransmissão da noradrenalina e da serotonina, igualmente aliviando os sintomas da depressão.

Aqueles que começam a praticar exercícios físicos depois dos 60 anos, só tem a ganhar, não só em força como em capacidade cardiovascular. A força e a potência dão autonomia, melhorando a qualidade de vida. Além disso, o idoso fica menos vulnerável a quedas. Os idosos apresentaram melhora da função ventricular. Isso significa que o coração deles se tornou mais apto a responder as exigências durante o esforço e com menor sobrecarga, sendo assim um importante indicador de saúde cardiovascular.

Exercícios em condições extremas pode trazer prejuízos, como alteração do sono, problemas nas articulações, problemas de imunidade trazendo prejuízos, por isso a importância do monitoramento de um profissional treinado. 

A atividade física faz com que envolvamos algum tipo de exercício físico na melhoria do esporte para se substituir atividades de deveriam ocorrer cotidianamente, sendo necessário para nosso corpo. A biomecânica auxilia muito no desenvolvimento do atleta.

Podem ser realizados três tipos de trabalho muscular:

  1. Exercício dinâmico (isotônico): o atleta se esforça de forma rítmica e continua devido a serem provas longas e extenuantes . As duas extremidades do músculo ficam mais unidas ou mais afastadas, fazendo com que o músculo permaneça com o mesmo tônus. As contrações musculares não prolongam por muito tempo, permitindo a expiração completa, ou seja, deixando o ar entrar e sair naturalmente, não exerce alterações significativas na pressão arterial. Este tipo de exercício é utilizado na natação, corrida 400m, ciclismo, maratona.
  2. Exercício estático (isométrico): neste exercício o atleta faz muito esforço com um único objetivo devido a serem provas curtas e resistidas. As contrações musculares se prolongam por muito tempo, não permitindo a expiração completa, ou seja, retendo a respiração,  exerce alterações significativas na pressão arterial. Exercícios com sobrecargas tensionais (anaeróbicos) aumentam a força e o volume da musculatura, como no salto em distancia, salto em altura, levantamento de peso.
  3. Exercício misto: realizado de forma que o atleta possa conseguir ritmo e/ou uma grande força momentânea, este tipo é feito para jogos onde o atleta pode ser substituído caso ocorra o cansaço do mesmo ou que não possuam grande duração. Neste tipo de exercício as duas extremidades do músculo ficam mais unidas ou mais afastadas, fazendo com que o músculo permaneça com o mesmo tônus alem da força  ou o  volume da musculatura serem acrescidos  aos atletas, por exemplo, futebol, voleibol, corrida com obstáculos.

Cada vez mais a ciência na área da atividade física avança, criando novas tecnologias, como roupas destinadas a determinada prática de exercício, novos equipamentos para auxiliar numa melhor performance do atleta,  computadores que monitoram o corpo durante o exercício físico ou de qualquer outro indivíduo durante o dia, nos dando uma melhor compreensão da fisiologia, tornando assim o treinamento mais adequado.

O biomédico pode colaborar com o entendimento de roupas especiais para o desempenho do atleta, ou também realizando ergoespirometria em ergômetro específico para a modalidade praticada, assim como exames como hemograma, bioquímica, parasitológico de fezes e análise do sedimento urinário, apesar de simples, permitem a identificação de alterações que podem influenciar nos resultados do treinamento. Finalmente, somente após a análise racional de todos os dados obtidos na avaliação inicial, a utilização de outros métodos complementares mais específicos deve ser considerada.

O biomédico pode fazer o acompanhamento do atleta levando em consideração idade, sexo, alimentação, fatores psíquicos, biótipo, fisiologia, entre outros para o individuo melhor se adequar e assim ter um treinamento personalizado.

É comum a participação de biomédicos em equipes multidisciplinares. O biomédico Fisiologista do Exercício aplica seu conhecimento em estudos para melhoria da qualidade de vida de populações em condições patológicas como diabetes, obesidade, hipertensão, cardiopatias, pneumopatias e doenças neuromusculares.


FONTES:

Conhecer Universal; Abril S.A. Cultural e Industrial, São Paulo Brasil, 1982; vol. 3, Cap. Atletismo; pág. 66. (coleção).


Atividade física faz bem em qualquer idade. Disponível em: http://www.revistascienceinhealth.com/atividade-fisica-faz-bem-em-qualquer-idade - Acesso em 04/03/2011

Atividade Física x Envelhecimento. Disponível em: http://biobioenvelhecimento.blogspot.com/2008_06_01_archive.html - Acesso em 04/03/2011

Biomedicina no Brasil. Disponível em: http://www.laboratoriobiomed.com/site/ - Acesso em 11/03/2011

Pergunte ao especialista. Disponível em: www.dercad.org.br/boletim/.../Cardiologia_36_pag6-Pergunte.pdf - Acesso em 11/03/11

Exercícios Anaeróbios. Disponível em: http://medscanbh.com.br/index.asp - Acesso em 12/03/2011




Autora: Caroline de  Castro Duarte, aluna de biomedicina

Orientador: Prof. André Bellin Mariano, D.Sc.