Diabetes mellitus e Exercício físico



Diabetes mellitus é um conjunto de distúrbios metabólicos caracterizado pelo excesso de insulina no sangue, devido à falta ou ineficácia da insulina, o que justifica o quadro de hiperglicemia dos pacientes. Consiste em dois principais subgrupos: Tipo I ou insulino-dependente, caracterizado pela destruição de células beta do pâncreas, responsáveis pela produção e insulina; e Tipo II ou não insulino-dependente que atinge cerca de 90% dos pacientes e ocorre pela secreção inadequada de insulina associada ao desenvolvimento de resistência à sua atuação nos tecido.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a diabetes já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. A estimativa é de que, em 2025, esse número aumente para 380 milhões. No Brasil, a ocorrência média de diabetes na população adulta é de 5,2%. Um estudo publicado por Neuhouser, em 2002, demonstrou que os 1728 homens e mulheres diabéticos, que durante um ano tiveram controle alimentar e praticaram exercício físico moderado regular, diminuíram o risco da doença em 42%. Yoo, em 2004, também obteve resultados positivos no controle do DM Tipo II, através de mudanças drásticas do estilo de vida de 29 pacientes diabéticos, com uma dieta balanceada, exercício físico e controle da saúde.
A atividade física regular reduz grandemente as probabilidades de desenvolver a DM Tipo II e a combinação de dieta adequada e exercício regular é mais eficaz que qualquer outro tratamento isolado na redução da gordura corporal, controle glicêmico e risco de doença cardiovascular. A prática de exercício físico traz benefícios imediatos e tardios, como aumento da ação da insulina, aumento da captação da glicose pelo músculo ativo, aumento da sensibilidade à insulina, decréscimo da ansiedade e depressão.
O conhecimento da doença e da evolução clínica e fisiológica do paciente diabético faz do biomédico um profissional capaz de oferecer instruções corretas para o controle da doença através da triagem necessária para poder iniciar um programa de atividade física e o monitoramento das funções durante as atividades, como controle glicêmico e perfil lipídico. Além de oferecer informações sobre possíveis complicações devidas à prática de atividade física, como traumas, pela diminuição de sensibilidade das extremidades, característica do paciente diabético. A escolha de atividades e equipamentos adequados e a inspeção dos pés do paciente minimizam os riscos de agravamento da doença.

Autora: Paola Aquino, acadêmica de Biomedicina
Orientador: Prof. André Bellin Mariano, D.Sc.