Diabetes x Exercício Físico


Diabetes mellitus é uma doença metabólica de múltiplas etiologias. É caracterizada por hiperglicemia crônica e distúrbio do metabolismo de carboidrato, gordura e proteína resultante do defeito da secreção de insulina sua ou ambos. O resultado em longo prazo do desarranjo glicêmico e bioquímico está ligado ao desenvolvimento de complicações microvasculares como retinopatia, nefropatia, neuropatia e macrovasculares com alto risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
O diabetes tipo I é principalmente causado pela destruição das células β apesar de alguma resistência à insulina esteja presente. Depois de algum tempo, insulina exógena é necessária para sobrevivência. Já a diabetes tipo II, responsável pela maioria dos indivíduos com diabetes, é caracterizada por resistência à insulina e está associada à obesidade e sedentarismo. Normalmente, não há necessidade de administração de insulina para sobrevivência, mas frequentemente com o tempo há necessidade de insulina exógena pra manter um controle glicêmico razoável, geralmente depois de vários anos.
Tem-se evidenciado benefícios diante do treinamento físico junto com dieta equilibrada em indivíduos com diabetes, tais como melhora na sensibilidade à insulina, redução das doses de insulina e atenuação das disfunções autonômicas e cardiovasculares. O objetivo da adesão ao exercício físico regular em paciente diabetes é em razão da melhora na manutenção dos níveis de glicose sangüínea e lipídios em níveis ótimos, prevenindo ou até retardando as complicações microvasculares, macrovasculares e neurais, sendo assim uma modalidade de tratamento sinérgica.
Para efeitos positivos da adesão a exercícios físicos para indivíduos diabéticos, seja do tipo I ou do tipo II, a freqüência, a intensidade, a duração e o tipo de atividade física devem ser prescritos e seguidos com cautela e precisão para obter resultados e melhora no perfil bioquímico associado com as alterações crônicas da doença. Controle da glicemia antes e depois do exercício, ingestão adequada de carboidratos e ajuste de insulina para prevenção de alterações indesejáveis na concentração de glicose sanguínea no momento da prática física são essenciais para propiciar os efeitos fisiológico-adaptativos da prática física regular controlada. Do mesmo modo, pacientes que já apresentam problemas crônicos oriundos da doença necessitam de acompanhamento já que esforço intenso pode ser perigoso, especialmente para pacientes com retinopatia, neuropatia, pressão arterial elevada e problemas do coração, o que acarretaria em piora da condição física.
A atividade física é um fator importante no tratamento do Diabetes mellitus, impedindo ou retardando problemas crônicos associados. Adesão correta a programas prescritos a indivíduos específicos tendem a diminuir a morbidade e mortalidade associada à doença. Com isso o exercício físico, junto com medicação quando necessária e alimentação saudável são aliadas fundamentais na diminuição da incidência dessa epidemia e promoção da qualidade de vida do paciente diabético. 

Aluno: Wellington Bernieri, Estudante de Biomedicina

Orientador: Prof. André Bellin Mariano, D.Sc.