Agroenergia


A agroenergia está sendo classificada como uma nova matriz energética mundial. Aonde pesquisadores vêm explorando, se aprofundado, em termos de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia para ampliar essa nova energia. Buscando transformar dessa matriz, uma fonte de sustentabilidade, competitividade e que tenha maior igualdade perante a sociedade, política pública, demanda e abastecimento.

A agroenergia trata-se do conjunto de produtos derivados da biomassa, sendo produzido ou liberado pela atividade humana ou animal, podendo ser transformados esses resíduos em fontes energéticas para uso de eletricidade, calor e transporte. Buscam com isso suprir a demandas energéticas com base nos processos mais sustentáveis, do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Um Plano Nacional de Agroenergia foi traçado pelo Governo vinculado com a política global, com objetivo de analisar as perspectivas para a comercialização dessa nova matriz energética, cuja suposição dessa análise de demanda apresentou resultado de 1,7 % de aumento ao ano, do período de 2000 a 2030, alcançando 15,3 bilhões de toneladas equivalentes de petróleo por ano (base traçada pelo Instituto Internacional de Economia em 2003).

Por ser uma tecnologia ainda imatura, a muito a ser avaliada, entende-se que as condições econômicas estão em vista e que a viabilização da agroenergia possui uma alta densidade no agronegócio. O Brasil é um país que possui maior quantitativo de vantagens para liderar a agricultura de energia, uma das vantagens mais importante é a perspectiva de incorporação de áreas á agricultura de energia, sem prejudicar a demanda de agricultura de alimentos e socialmente aceito nos impactos gerados ao meio ambiente. E o segundo conceito vantajoso da agricultura de energia é a possibilidade de múltiplos cultivos.

            O país assumiu a liderança em geração e implantação de tecnologia de agricultura, juntamente com a crescente expansão da agroindústria principal produto produzido é o etanol. a agroindústria é reconhecida a mais eficiente do mundo, pela sua tecnologia de processo e gestão.Contudo o Brasil não é  dependente do comércio internacional para assegurar a competitividade, dispondo do seu comércio interno em maior parte, podendo alavancar um negócio poderoso na área de agroenergia.

A iniciativa de alavancar é partindo da pressão social pela substituição dos combustíveis fósseis. Por serem muito poluentes, causadores de danos irreversíveis pela eliminação de gases do efeito estufa (GEE), avaliou-se que a concentração de CO2 atmosférico teve um aumento de 31% nos últimos 250 anos, um nível extremo de emissão de gases poluentes.

A produção de etanol que é proveniente da cana-de-açúcar, produzido a partir da sacarose contida no caldo de cana, fácil de ser produzido, sendo assim um processo industrial que se tornou muito comum na realidade brasileira; a transformação da sacarose em etanol ocorre pelo processo de fermentação alcoólica, utilizam-se leveduras que obtém alimento do açúcar do caldo de cana para seu crescimento, usando várias enzimas e reações químicas, liberando assim o etanol como produto final. É necessário um monitoramento do processo de produção, analisar as variações ambientais como a temperatura, pH e oxigênio e também relacionadas variações do ciclo de carbono que seria a biomassa, concentração do substrato e gás carbônico, por ser muito complexo o monitoramento dessa variações não são facilmente acessíveis e quantificáveis. O controle da etapa é uma das dificuldades, pois para medirem de forma rápida para permitir a implementação de estratégias de controle, não conseguem ser feito.

Por esses motivos de dificuldade de monitoramento da produção que a tecnologia entra em ação, os avanços tecnológicos da indústria sucroalcooleira ainda necessita de mudanças para a otimização do processo e assim aumentar a eficiência da produtividade nas usinas de etanol e desenvolver sensores capazes de realizar o monitoramento. O avanço tecnológico que foi já desenvolvido para aumentar a produtividade do etanol de forma sustentável, foi a produção de etanol celulósico (segunda geração), onde a matéria prima são os subprodutos gerados a partir da produção de açúcar e etanol que seriam o bagaço e a palha da cana. Esse processo possui uma rota muito promissora, que seria a hidrólise enzimática do bagaço ou da palha, feito por fermentação simultânea ou seqüencial, consequentemente menos impactos ambientais. Porém requer desenvolvimento tecnológico para que reduza o custo de produção das enzimas, impedindo que o etanol celulósico seja produzido comercialmente.

Tem uma opção possível de ser realizada que seria a produção de enzimas pelo processo de fermentação em estado sólido conhecido como FES. O uso demonstrou vantagens quanto ao crescimento dos microrganismos produtores das enzimas necessárias para a conversão da biomassa vegetal, tendo maior produtividade em relação a fermentação líquida. Referente aos impactos ambientais também foi vantajoso, pois é usado resíduos agroindustriais (bagaço da cana) como substrato sólido, servido como fontes de carbono e energia para os microrganismos que realizaram a fermentação.

Existe assim uma demanda para o desenvolvimento de sensores que permitam a criação de um sistema de controle e automatização no processo de FES, etapa para ser desenvolvidos bioreatores em escala industrial. Pesquisadores estão focando no desenvolvimento tecnológico direcionado à instrumentação de bioreatores de FES visando à produção de enzimas.

Com o avanço tecnológico aplicado nas dificuldades e necessidades que possui ainda a produção de agroenergia ,em grande escala,possibilitará ampliar a área de produção de fontes de energias renováveis. Esse é o desafio a ser vencido pelos pesquisadores da área de biotecnologia, aplicada em agroenergia.

FONTES:
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=47743

http://www.biodieselbr.com/energia/agroenergia/plano-nacional-agroenergia.htm
http://www.ecampo.com.br/Conteudo/Noticias/visNoticias.aspx?ch_top=498

Autora: Fernanda Piccinin Soares, acadêmica do Curso Superior em Biotecnologia e Bioprocessos

Orientador: Prof. André Bellin Mariano, D. Sc.